Eu creio que Deus fala conosco em momentos diários de nossas vidas, as pessoas que passam pela rua, os sussurros do céu, em um passeio pela floresta, na contemplação de uma paisagem, em uma conversa, a voz de Deus está na arte da sensibilidade e de prestar atenção.
História de Jena Nardella:
Quando eu tinha 9 anos, eu conheci um morador de rua que mudou minha vida. Ele ficava sozinho em uma esquina de San Francisco com uma inclinação em seu rosto e uma dor em sua voz. Ele estava com fome.
Eu não conseguia parar de pensar nele enquanto eu estava jantando com a minha mãe, e eu olhava para minha comida como se não pertencesse a mim. Embrulhei meu hambúrguer e caminhei de volta para dar ao homem com fome. Nós caminhamos rua após rua em busca dele, mas nós nunca o encontramos. Desde então, eu tenho andado pela vida procurando saber mais sobre pessoas como ele.
Quando eu tinha 13, eu escapava regularmente da igreja para frequentar o parque da cidade com meus amigos moradores de rua. Eu comprava um sanduíche do Subway ou do McDonalds e ouvia suas histórias. Eu aprendi que havia inúmeras barrigas famintas e almas abatidas lá fora, e que a vida é uma batalha para tantos.
Quando eu tinha 15, fui ser voluntária no abrigo da Cruz Vermelha e eles não tinham muito suporte, imediatamente me nomearam cozinheira facilitadora, garantindo que os moradores teriam jantar toda noite. Passei três anos correndo entre a escola e as atividades extracurriculares e construindo uma comunidade de amigos entre a equipe e os moradores do abrigo.
Ai eu fui para a faculdade para me tornar enfermeira e junto estudava relações internacionais. Com isso comecei a visitar hospitais, e estudar sobre doenças em outros países. Rapidamente aprendi que as histórias dos pobres na América são uma mera amostra da pobreza do resto do mundo. Enquanto na escola de enfermagem eu tinha aprendido sobre HIV/AIDS e como o vírus ataca as partes mais frágeis do nosso sistema imunológico, em relações internacionais descobri que o HIV/AIDS estava atacando os membros mais fracos da nossa sociedade: as mulheres e crianças da África.
Quando eu tinha 21, eu aproveitei uma oportunidade para chamar a atenção para aqueles que foram são mais afetados pela HIV/AIDS e pela falta de água na África. Pois depois que descobri sobre moradores de rua, queria ajudar todos que não tinham sidos esquecidos pela sociedade, ignorados.
Hoje aos 30, eu acho que muitas vezes se não tivesse tido um olhar “divino” aos nove anos de idade, quando a humanidade de uma pessoa atraiu a minha, talvez não vivesse como vivo hoje e pensasse como penso hoje.
Que todos nós possamos arriscar a arte de prestar atenção.